SAF no futebol: o que é e como funciona?

A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) é um modelo de gestão que permite a criação de uma empresa independente para administrar as atividades relacionadas ao futebol profissional de um clube.
Esse modelo foi instituído no Brasil pela Lei 14.193/2021, conhecida como Lei da SAF, e tem como objetivo profissionalizar a gestão dos clubes, atrair investimentos e resolver problemas financeiros, como dívidas acumuladas.
A grande diferença da SAF em relação ao modelo tradicional de clube associativo está na separação entre a administração esportiva e o patrimônio histórico-social do clube.
Isso permite maior transparência na gestão e cria oportunidades para investidores se tornarem sócios da SAF, participando diretamente das receitas e resultados do futebol. O Lance! te conta tudo sobre a SAF no futebol.
Como funciona a SAF no futebol?
Ao adotar o modelo de SAF, o clube tradicional transfere suas operações de futebol profissional para uma nova entidade jurídica, a Sociedade Anônima do Futebol. Essa entidade pode captar recursos no mercado, atrair investidores e até emitir ações para venda no mercado financeiro.
Os principais pontos de funcionamento da SAF incluem:
•    Gestão independente: A SAF é gerida como uma empresa, com diretores, conselhos e executivos contratados para garantir uma administração profissional.
•    Responsabilidade limitada: A SAF não responde diretamente pelas dívidas acumuladas pelo clube associativo, mas pode firmar acordos para renegociar esses débitos.
•    Captação de investimentos: Com maior segurança jurídica, investidores podem injetar capital na SAF em troca de participação nos lucros futuros.
•    Regras da Lei da SAF: A lei estabelece que 20% da receita bruta da SAF seja destinada ao pagamento das dívidas do clube-matriz por um período de até 10 anos.
Vantagens e desafios da SAF no futebol
Vantagens:
•    Profissionalização: Clubes que aderem à SAF geralmente contratam gestores especializados e adotam melhores práticas de mercado.
•    Atração de investidores: O modelo facilita a entrada de grandes aportes financeiros, essenciais para modernizar as estruturas do clube e reforçar elencos.
•    Renegociação de dívidas: A SAF permite a reestruturação de dívidas, dando alívio financeiro para clubes em crise.
Desafios:
•    Conflitos internos: A transição para a SAF pode gerar resistência de sócios e conselheiros do clube associativo.
•    Gestão ineficiente: Se mal administrada, a SAF pode enfrentar dificuldades financeiras e prejudicar a imagem do clube.
•    Perda de identidade: Alguns torcedores temem que a profissionalização excessiva afaste o clube de suas raízes e tradições.
Exemplos de clubes que adotaram a SAF no futebol brasileiro
Vários clubes brasileiros já aderiram ao modelo de SAF, buscando soluções para problemas financeiros e esportivos. Entre os casos de destaque estão:
1.    Cruzeiro: Em 2022, o clube mineiro foi adquirido por Ronaldo Fenômeno, que transformou o clube em uma SAF e reestruturou sua gestão e elenco.
2.    Botafogo: O clube carioca se tornou uma SAF sob o comando do investidor norte-americano John Textor, trazendo novos recursos e ambições esportivas.
3.    Vasco: O clube aderiu ao modelo em 2022, com a 777 Partners assumindo o controle das operações de futebol. No entanto, a relação com a empresa tem se deteriorado, e notícias recentes indicam que a 777 está em processo de saída do clube, levantando dúvidas sobre o futuro da gestão vascaína.
4.    Bahia: O clube entrou para o grupo City Football Group, que também controla o Manchester City, em um acordo que inclui grandes investimentos em infraestrutura e contratações.
Fonte: https://www.lance.com.br/lancepedia/o-que-e-saf-no-futebol.html